quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Pensando com uma parede


Estar só muitas vezes é ter a melhor companhia. Pode ser um estado inteligente.

Gosto tanto de pensar que sou invisível! Talvez um sonho em poderes mágicos ou mutantes, mas sinto um certo prazer em me imaginar como uma parede. Interagir nem sempre é suficiente.

Então, assim como parte da decoração de um shopping poder observar sem ser percebida tudo em volta, as pessoas, as cores, os sons. Aprende-se muito observando. Acredite nisso! É um exercício de sabedoria ter a ciência da existência alheia no mundo.

Todos tem vida própria e por que não? Idealizar essas vidas e dar a elas a felicidade que só existe na minha virtualidade, já que a delas é tão diferente!

Ver o menino de camisa vermelha correr para sua mãe e dizer que a ama quando não se é possível ouvir o diálogo. É tão divertido! 

O meu mundo é só meu, mas ao universo eu dou outros nomes, mais simples, mais modestos, mais alegres ou surpreendentes, mas sempre com um....e foram felizes para sempre! Individualidade não é crime!

Mudanças


Boas mudanças na vida a gente começa assim...


Uma hora a gente resolve mudar um móvel de lugar, depois mais outro. Daí percebe que necessita de mais espaço e começa a limpar as gavetas. Gaveta por gaveta entre papeis, notas fiscais, fotos antigas e contas a gente vai revivendo situações do passado. Rasgamos e jogamos no lixo. 

Ao mesmo tempo observamos que é preciso fazer uma seleção e priorizar novas necessidades de espaço e tempo. Como um movimento mágico coisas perdidas aparecem, aquele livro antigo que compramos para algum projeto de vida volta a fazer parte da sua cabeceira. Mas como foi que esqueci dele mesmo? 

E assim vão, cartões de memória, lápis de cor e até disquete!!!! Nossa, quanto bagulho, quanto passado rodeando meu presente! 

Já é mais interessante pensar na organização por partes. Agora sim, roupas, sapatos...a camisa do tal primeiro encontro, o frasco de perfume vazio e cheio de tantas emoções. Bateu vontade de abrir um vinho, mas sigo em frente. 

Está demorando um pouco, mas quando terminar vai ficar ótimo! E assim começo a perceber que dentro de mim surge algo novo e assim renovo e transformo o velho em novo. 

Não se trata mais das gavetas e dos papeis, mas sim de mim. Eu, meu presente e meus objetivos. Parece que o ar começa a circular melhor no ambiente. Não imaginava o peso do passado.

Acontece que acabei de queimar pilhas e pilhas de mesas, arquivos e móveis imaginários. Para que tanto apego? O mais importante está no coração... 

O preço do seu valor


O preço do seu valor.

E aí, você vale? Eu digo que sim, você diz que não e a gente começa a barganhar. Te dou uns 9, você rebate e entramos nas vias de um comércio com ares de leilão.

É nobre? É sim e ainda cheia de músculos! Mas e os ossos, a pele, a textura? Ah tudo muito bom e de primeira qualidade. Tá, te dou mais cinquentinha. Cinquentinha? Que é isso??? Vale muito mais! Vale? É mesmo? Por quê? Não não, eu respondo por você, pode deixar. Não vale não.

Inteligência e conteúdo não são comprados. As pessoas que são cheias de valor por dentro não se comparam, não se vendem e nem fazem equivalências, ao mesmo tempo elas tem a certeza de que o saber nunca é demais. Vou mostrar meu valor e quantificar? Eu não, minha personalidade exala isso em todos os meus sentidos e eu sou imensurável. Fique você com o preço.

E digo mais, as melhores coisas da vida estão no campo do abstrato e o peso de tudo está no sentir e mesmo assim é leve. No fim das contas, eu tenho valor e você o preço, sendo o seu comercial e o meu em sentimentos.

Corações Sábios


Somente um coração especial sabe reconhecer outro, valorizar e assim bater mais forte.

O problema de corações assim é que são tão especiais, cheios de amor e boa vontade que enxergam rosas de onde se tem apenas espinhos, são capazes de tentar extrair uma gota de amor na mais seca das terras, mesmo onde há poeira e vazio em lugar de um coração. E assim, por projetar demais o bem no próximo é que sofrem, choram, são magoados e decepcionados. Mas são dotados de tanta adoração ao amor, que mesmo em meio à miséria sentimental do mundo, em companhia da solidão vão juntando seus próprios cacos, colando vida e apagando os medos, se recompondo diante do caos vivido.

Um coração especial não se torna rígido, não deixa de crer, não deixa de ser e nunca deixa de amar. Um coração assim sabe chorar e gritar até a dor passar, lavar as suas tristezas em lágrimas e faz questão de não as guardar, pois para si só quer o que é bom, para nunca, nunca, nunca perder o dom de amar.
Um coração especial sabe até esperar, conta as estrelas e ondas, mas nunca pessoas, não coleciona engasgos nem pedras. Sabe também perdoar, brigar e lutar, como também sabe que a bondade não começa a ser extraída pela voz e sim pelo olhar.

Com tantas emoções ele entende que a sua ingenuidade é uma qualidade, que através dela é que se chega à maturidade e após um longo aprendizado é que se percebe que corações existem muitos, pequenos, grandes, honestos, sinceros, mas especiais, estes são raros. Por isso, só um coração especial é que ama verdadeiramente outro.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

ESCOLHAS, ERROS, PRESENTE E PASSADO.


O tempo e a maturidade nem sempre são favoráveis. Depois de uma escolha errada na vida a gente sempre se pergunta se tem o direito de errar novamente, mesmo que o acerto e o erro sejam proporcionais ao risco. Mas e aí? Ainda é permitido errar? Ainda é permitido escolher? O beneficio da certeza só teremos após a ciência do erro.

Infelizmente o tempo não volta, nossas escolhas também não, posto que tomada uma decisão já estaremos falando de um momento passado, perdido por aí em algum eco de solidão. Mas como a mente se cobra o martírio da dúvida traz o passado ao semblante presente sempre que um passo mais longo é dado. E quem manda em mim? Minha mente ou meus passos? Os meus erros eu trago numa sacola e a cada passo, assim como no conto de "João e Maria" deixo pedaços e migalhas desse passado na estrada, demarcando o caminho ou uma possível volta. Volta essa que não irá ocorrer. Mas assim mesmo deixo o passado em grãos pelas ruas a caminho do presente, rumo à felicidade. Mais uma vez me chega à cobrança das escolhas.

Enlaces de vida que só eu tenho, de uma vida que só eu construí. Só? Mas se você faz parte da minha é porque caminha junto comigo. Nos tijolos da minha casa, cada um deles representa alguém, então você estará lá até que fique velho, até que eu fique velha, assim como as lembranças. E também terei de arcar as conseqüências da sua vinda à minha história. Sua também.

Na vida não se pode ter tudo, mas você tem todas as suas escolhas e elas sim, são tudo para você. Mesmo que direcionadas à felicidade elas também podem ser erradas. Talvez seja melhor priorizar a vida e não as escolhas, mesmo que ao olhar para trás elas ainda estejam ali, presentes e compondo seu futuro.

domingo, 17 de julho de 2011

TEMPOS DE BOSSA

Os tempos de bossa chegaram. Anuncia-se um novo ciclo, uma nova fase, onde os sorrisos fazem parte da música, as grandes emoções são as melodias tocantes ao coração, onde os confetes do carnaval são jogados a cada instante, e a bateria das escolas dá o ritmo das transformações agora vividas, experimentadas, realizadas e vigentes.

A participação cíclica de cada experiência nos recicla em novos sonhos, em novos segundos. A pequena esperança, antes fadada às ilusões de fracasso se apressa agora por apresentar-se em indumentárias divergentes e acordadas a felicidade.

O pensamento reflete os sonhos e os sonhos são no agora, o retrato da nova face em que permeia uma era de tranqüilidade. As rugas adquiridas, antes denominadas de sofrimento, hoje, doravante, se transpõem aos famosos sinais de maturidade. Para que se falar em pretérito se ao presente instante se colhem os louros das plantações de boa fé? O coração grita aliviado pelo seu direito recém adquirido. Em carta ofertada ao sagrado, ele diz: Fui, mas hoje sou, o que fui ou que representei se faz referência apenas em meu “nada consta”, pois do amanhã eu sei, se faz a minha alimentação da colheita do presente. De todos os meus soluços e lágrimas, o que mais valeu foi o último, aquele em que percebi após longa temporada de breu e dor, uma mão, aquela em que me agarrei e subi ao patamar da luz. Palavras de um coração!

Mas os tempos de bossa me invadem, sinto que estou sendo jogada ao mar, precisamente às ondas, um odor maravilhoso de algas e sargaço se torna meu olfato diário, assim como a brisa me dá embalo rotineiro, todas as manhãs. Só há manhãs em mim e o sol sempre nasce. Na minha estação só há verão e nunca chove. É carnaval sim! Brincadeira de máscaras, samba profundo, pulos, incontáveis manhãs de ressaca do tanto que bebo a felicidade. Esgoto todos os dias a minha garrafa, e ela se renova ao final, cheia novamente, transbordando, pois tem ares e bolhas de champanhe, mas o gosto, só a mim pertence. As escolas de samba desfilam em todos os segundos mais fortes, em alas e alas da minha nova sabedoria.

Preciso jogar ao mundo a nova compreensão da vida, os novos significados, a riqueza da subjetividade das cores e das palavras. Um novo dicionário com palavras reinventadas em relevos maiores, novas tangências dessa era, pois os tempos de bossa chegaram e aos nossos pés, se fazem inteiros universos de Jobins!

terça-feira, 31 de agosto de 2010

A HISTÓRIA DO PENTEADO



Acabei de ler "A História do Penteado" de Sílvia Marques. O livro conta, através de um vocabulário bem simples e tranquilo de ler, todo o encantamento em torno do cabelo desde a Idade Antiga até os nossos dias atuais.
Não deve ser fácil contabilizar fatos ao longo da história sobre cabelos, mas conseguimos nesse livro histórias interessantes e curiosidades como por ex: os cabelos loiros surgiram na Era Glacial em virtude de uma mutação genética e desde então causa encantamento pela sua raridade e luminosidade. E a previsão é de que em pelo menos 200 anos os loiros naturais deixem de existir, sendo os últimos encontrados na Finlandia.
E eu querendo deixar de ser loira hein! Mas quem é loira natural enjoa um pouco de não ter tanta variação.
Outra curiosidade: O corte chanel surgiu por acaso, quando Coco estava se preparando para ir a uma ópera e o aquecedor do banheiro estourou queimando as pontas de seu cabelo. Coco cortou suas madeixas sozinha e resolveu o problema criando um dos estilos mais famosos de corte de cabelo. E por aí vai: são muitas e para quem adora história como eu, ou trabalha com moda e cabelos, é uma boa pedida.
A autora, Silvia Marques é paulistana, professora universitária, pesquisadora de cinema, dramaturga e atriz. Venceu 7 concursos literários é é autora de outros livros.
Esse eu comprei na Livraria cultura, um ótimo espaço para livros de moda e arte.
Serviço:
Título: A História do Penteado
Autora: Sílvia Marques
Editora: Matrix
Número de Páginas: 128