domingo, 17 de julho de 2011

TEMPOS DE BOSSA

Os tempos de bossa chegaram. Anuncia-se um novo ciclo, uma nova fase, onde os sorrisos fazem parte da música, as grandes emoções são as melodias tocantes ao coração, onde os confetes do carnaval são jogados a cada instante, e a bateria das escolas dá o ritmo das transformações agora vividas, experimentadas, realizadas e vigentes.

A participação cíclica de cada experiência nos recicla em novos sonhos, em novos segundos. A pequena esperança, antes fadada às ilusões de fracasso se apressa agora por apresentar-se em indumentárias divergentes e acordadas a felicidade.

O pensamento reflete os sonhos e os sonhos são no agora, o retrato da nova face em que permeia uma era de tranqüilidade. As rugas adquiridas, antes denominadas de sofrimento, hoje, doravante, se transpõem aos famosos sinais de maturidade. Para que se falar em pretérito se ao presente instante se colhem os louros das plantações de boa fé? O coração grita aliviado pelo seu direito recém adquirido. Em carta ofertada ao sagrado, ele diz: Fui, mas hoje sou, o que fui ou que representei se faz referência apenas em meu “nada consta”, pois do amanhã eu sei, se faz a minha alimentação da colheita do presente. De todos os meus soluços e lágrimas, o que mais valeu foi o último, aquele em que percebi após longa temporada de breu e dor, uma mão, aquela em que me agarrei e subi ao patamar da luz. Palavras de um coração!

Mas os tempos de bossa me invadem, sinto que estou sendo jogada ao mar, precisamente às ondas, um odor maravilhoso de algas e sargaço se torna meu olfato diário, assim como a brisa me dá embalo rotineiro, todas as manhãs. Só há manhãs em mim e o sol sempre nasce. Na minha estação só há verão e nunca chove. É carnaval sim! Brincadeira de máscaras, samba profundo, pulos, incontáveis manhãs de ressaca do tanto que bebo a felicidade. Esgoto todos os dias a minha garrafa, e ela se renova ao final, cheia novamente, transbordando, pois tem ares e bolhas de champanhe, mas o gosto, só a mim pertence. As escolas de samba desfilam em todos os segundos mais fortes, em alas e alas da minha nova sabedoria.

Preciso jogar ao mundo a nova compreensão da vida, os novos significados, a riqueza da subjetividade das cores e das palavras. Um novo dicionário com palavras reinventadas em relevos maiores, novas tangências dessa era, pois os tempos de bossa chegaram e aos nossos pés, se fazem inteiros universos de Jobins!