O tempo e a maturidade nem sempre
são favoráveis. Depois de uma escolha errada na vida a gente sempre se pergunta
se tem o direito de errar novamente, mesmo que o acerto e o erro sejam
proporcionais ao risco. Mas e aí? Ainda é permitido errar? Ainda é permitido
escolher? O beneficio da certeza só teremos após a ciência do erro.
Infelizmente o tempo não volta,
nossas escolhas também não, posto que tomada uma decisão já estaremos falando
de um momento passado, perdido por aí em algum eco de solidão. Mas como a mente
se cobra o martírio da dúvida traz o passado ao semblante presente sempre que
um passo mais longo é dado. E quem manda em mim? Minha mente ou meus passos? Os
meus erros eu trago numa sacola e a cada passo, assim como no conto de
"João e Maria" deixo pedaços e migalhas desse passado na estrada,
demarcando o caminho ou uma possível volta. Volta essa que não irá ocorrer. Mas
assim mesmo deixo o passado em grãos pelas ruas a caminho do presente, rumo à
felicidade. Mais uma vez me chega à cobrança das escolhas.
Enlaces de vida que só eu tenho,
de uma vida que só eu construí. Só? Mas se você faz parte da minha é porque
caminha junto comigo. Nos tijolos da minha casa, cada um deles representa
alguém, então você estará lá até que fique velho, até que eu fique velha, assim
como as lembranças. E também terei de arcar as conseqüências da sua vinda à
minha história. Sua também.
Na vida não se pode ter tudo, mas
você tem todas as suas escolhas e elas sim, são tudo para você. Mesmo que
direcionadas à felicidade elas também podem ser erradas. Talvez seja melhor
priorizar a vida e não as escolhas, mesmo que ao olhar para trás elas ainda
estejam ali, presentes e compondo seu futuro.